Na região abrangida pela Associação dos Municípios do Extremo Oeste Catarinense (Ameosc), o uso cada vez maior de volumes de água pela ampliação das atividades agropecuárias, sobretudo para a criação de bovinos, suínos e aves e para cultivos sucessivos como milho, soja e pastagens, tem desqualificado as condições e quantidade dos recursos hídricos disponíveis.
Diante disso e com o objetivo de executar um conjunto de ações para recuperação e conservação dos recursos hídricos na região, principalmente dos rios, sangas, banhados e nascentes e conter a perda de solo pelo processo erosivo, será lançado oficialmente na próxima segunda-feira (06) o Projeto “Plantando Água”.
O projeto é resultado de uma parceria entre a Ameosc, o Colegiado Regional de Agricultura e Meio Ambiente e o Colegiado Regional de Educação da Associação, a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e o Instituto Federal de Santa Catarina – Campus de São Miguel do Oeste.
O lançamento oficial do projeto será realizado no Centro de Treinamento da Epagri de São Miguel do Oeste (Cetresmo) a partir das 14h. Foram convidados para a apresentação os prefeitos e secretários dos 19 municípios de abrangência da Ameosc, representantes de cooperativas, sindicatos, comunidade em geral e demais lideranças regionais. Na oportunidade, os municípios irão assinar o termo de adesão ao projeto.
O PROJETO
O setor agropecuário é responsável maior uso de água no Brasil e no mundo e há um aumento crescente na demanda associada a esse uso nas últimas décadas. Sendo assim, o objetivo principal do projeto “Plantando Água” é mobilizar os mais diversos atores sociais, econômicos e ambientais da região da Ameosc, com o intuito de desenvolver a cidadania ambiental nos 19 municípios de abrangência.
Para tanto, serão realizadas por meio do projeto ações municipais e intermunicipais para a sensibilização e mobilização da sociedade, além da criação de condições para que nos municípios da Ameosc sejam plantadas e/ou regeneradas pelo menos 1 milhão de mudas de árvores de espécies nativas ao longo de margens ciliares de mananciais hídricos e em outros espaços definidos por cada município ou instituição participante.
Ainda, dentro da iniciativa, estão previstas práticas conservacionistas de uso e manejo dos solos e da água na agropecuária regional, além da construção – ao longo de 400 km de estradas rurais – de tanques de decantação e infiltração, para que a água da chuva se acumule nestes locais, infiltrem e evitem o transporte de solo para o leito dos rios.
ADESÃO DOS MUNICÍPIOS
Ficará a critério de cada município a definição das áreas e estradas que serão reflorestadas ou recuperadas. Além disso, ficará a cargo de cada um a sensibilização dos proprietários rurais ou moradores a cederem suas áreas para o plantio das árvores, bem como o auxílio na manutenção e limpeza das áreas reflorestadas e das demais atividades do projeto.
Depois que as áreas para o plantio das mudas nativas forem definidas, elas serão isoladas por meio de cerca e a recomposição florestal adotada será definida conforme a legislação ambiental. A ideia é proporcionar ao produtor rural interessado em participar do projeto de 50 a 100% dos materiais necessários para fazer o cercamento das áreas de APPs e 100% das mudas de forma gratuita. Esse percentual dependerá da realidade de cada município e será definido pelos agentes municipais.
Os recursos financeiros destinados para implantação do projeto nos municípios participantes dependerá dos apoios que estão sendo buscados e serão geridos pela Ameosc e os proponentes do projeto que, através de um conselho gestor, fará o acompanhamento na execução e prestação de contas do investimento. O acompanhamento da implementação do projeto será coordenado por uma equipe indicada pelas entidades e instituições participantes.
