A estiagem mais uma vez preocupa o setor agrícola da região Extremo Oeste e novamente tem sido tema de discussões entre as lideranças. Nesta terça-feira (11), os integrantes do Colegiado de Agricultura da Associação dos Municípios do Extremo Oeste de Santa Catarina (Ameosc) se reuniram virtualmente para tratar sobre a situação que já reflete em prejuízos na produção e economia da região.
O Colegiado é coordenado pela secretária de Agricultura e Meio Ambiente de Tunápolis, Dircelei Arenhardt que comandou a videoconferência. Também participaram da reunião, o extensionista rural da Epagri, Elvys Taffarel e os técnicos da Epagri, Guilherme Miranda e Clóvis Roberto Levien Correa, os quais também apresentaram os índices pluviométricos no Extremo Oeste neste ano de 2021.
Conforme os técnicos, o ano começou com chuvas acima da média. Em janeiro, o volume dobrou a média histórica que variava de 100 a 150 milímetros. Em fevereiro, no entanto, esse cenário começou a mudar. No segundo mês do ano choveu de 75 a 100 milímetros, o equivalente a cerca de 60% da média histórica. Em março, o volume de chuvas variou de 55 a 100 milímetros (o equivalente a 80% da média histórica). Em abril o cenário continuou com pouca chuva e o índice pluviométrico variou de 50 a 75 milímetros (equivalente a cerca de 60% da média histórica).
De acordo com o técnico Guilherme Miranda, desde janeiro de 2019 até o momento, faltou chover em torno de 1/3 de chuva. “Para se ter uma ideia, deveria chover 3 mil milímetros e choveu de 2,1 mil a 2,2 mil milímetros. Faltou cerca de 800 milímetros. Em janeiro de 2021, choveu 292 milímetros (a média histórica é de 180 mm), em fevereiro choveu 67 milímetros (a média histórica é de 166 mm), em março choveu 95 milímetros (a média histórica é de 148 mm). Já em maio, choveu até o momento 28 milímetros e a média histórica é de 135 mm”, destaca.
Nestes primeiros dias do mês de maio, a situação permanece sem mudança. O técnico da Epagri, Clóvis Roberto Levien Correa, explica que até o momento, o índice pluviométrico no Extremo Oeste não passa dos 50 milímetros. “O que choveu nesta terça-feira é pouco e esse quadro não deve mudar. Para atingir a média história do mês de maio teria que chover de 100 a 150 milímetros”, salienta.
A previsão para os próximos dias indica pouca chuva para o Extremo Oeste. Conforme Correa, no período de 11 a 15 de maio, a previsão é 15 a 20 milímetros de chuva, valores considerados baixos para a região. Já de 16 a 20 de maio, a previsão indica tempo seco, sem chuva. “A previsão climática para maio, junho e julho é de chuva abaixo da média histórica, persistindo a estiagem e podendo se estender para outras regiões”, menciona.
Com um cenário preocupante e que, ao que tudo indica, deve permanecer inalterado nos próximos meses, a recomendação dos pesquisadores é o armazenamento. “A principal orientação é o armazenamento da água em açudes e cisternas. Além de reduzir os riscos da falta de água, é uma alternativa para que os produtores não tenham dependência excessiva das fontes superficiais de abastecimento”, declara Elvys Taffarel.
No Extremo Oeste, a situação levou os 19 municípios da região da Ameosc a decretarem situação de emergência, 12 até o momento tem os decretos homologados pela Defesa Civil de Santa Catarina. Os demais ainda aguardam homologação.