O prefeito de São José do Cedro e presidente da Associação dos Municípios do Extremo Oeste de Santa Catarina (Ameosc), Plínio de Castro, participou na última segunda-feira (20) de uma audiência pública para discutir o enfrentamento da pandemia do coronavírus em Santa Catarina. A audiência foi organizada pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) e teve a participação de prefeitos e secretários de saúde catarinenses. Castro representou 64 prefeitos da região.
“Nos foi incumbida a missão de falar por quatro microrregiões, que atingem 64 municípios e em torno de 600 mil habitantes, para nos posicionar sobre as dificuldades em que se encontram, dada a infestação. Externamos o nosso posicionamento aqui da região do Grande Oeste”, explica.
A reunião online teve ainda a presença de parlamentares catarinenses, dos Secretário da Fazenda e da Saúde do Estado, além do atual presidente da Federação Catarinense de Municípios (Fecam). Entre as reivindicações, foi reforçado o pedido para que o Estado atenda o Hospital Regional do Oeste, em Chapecó, com insumos, produtos, medicamentos e ampliação de leitos de UTI. Também houveram reivindicações para as demais regiões.
A região da Associação dos Municípios do Noroeste de SC (AMNoroenste) solicitou o reforço no número de respiradores de retaguarda, uma vez que os municípios abrangidos se encontram distantes dos hospitais credenciados para atender Covid-19 na região. Plínio de Castro salienta que os prefeitos cobraram mais diálogo com o Estado quanto às decisões tomadas em meio à pandemia.
“Houve uma manifestação muito forte de alguns prefeitos da falta de diálogo, de comunicação, de decisões em conjunto com o Estado, especialmente aqueles municípios que estão já estrangulando o seu sistema de saúde, o que não é o nosso caso aqui na região. E nós pedimos ainda, um reforço no número de leitos de UTI na região, embora esteja controlado isso, mas a pandemia tem se transformado em espaço de tempo muito curto. Para nós, a cada quinze, vinte dias, praticamente dobra o número de notificados aqui na região da Ameosc e isso é muito preocupante também”, argumenta.
O presidente da Ameosc ainda destaca que outro pedido realizado ao Estado foi para que os prefeitos continuem tendo autonomia para tomar as decisões, conforme as matrizes de riscos de cada região de saúde. “Solicitamos ao Estado que permaneça naquelas condições da portaria editada, ainda no mês de junho que transferiu a autonomia para as regiões de saúde para decidir as ações do coronavírus. Enquanto os municípios estão se entendendo, eu creio que não há necessidade de alguém que está distante daqui, vim determinar alguma medida de restrição ou de reabertura”, menciona.
Na última assembleia geral, os prefeitos da região da Ameosc decidiram em comum acordo continuar restringindo algumas atividades que o Estado já havia liberado. Plínio diz que espera que esse formato de tomada de decisões regionalizadas permaneça como está. “Portanto, nós queremos e solicitamos isso para continuar com autonomia na nossa região para decidir as ações do coronavírus e esperamos do Estado, logicamente, toda a infraestrutura de atendimento, seja ela na informação, na alimentação dos dados na matriz de risco, na tabela de risco, no reforço da estrutura hospitalar e de profissionais para atender os casos que forem necessários”, finaliza.